sexta-feira, 29 de junho de 2012

Dia estranho


Dia estranho. Pensei que seria tranquilo, mas a Caroline e a Rose acordaram doentes e toda a rotina mudou. A Carol ficou bem mais grave e saiu da escola numa ambulância do Corpo de Bombeiros, acompanhada da Majô, para o Pronto Socorro da cidade. Aquele belo e delicioso Nhoque, acompanhado de uma limonada rendeu uma crise de gastrite na nossa amiga.
Visita ao jardim do Hotel

A correria foi tão grande que graças a isto nos esquecemos de retirar a roupa da lavanderia, no horário certo. Tivemos que pedir autorização na coordenação do curso. Aqui tudo ocorre dentro de normas que precisam ser rigidamente cumpridas.  
 As aulas começaram às 15 horas e quase perdi a primeira junto com as meninas. No final tudo ocorreu bem e tivemos nossas aulas, além é claro de um novo passeio pelo hotel. Bem, o sono bateu, amanhã é um novo dia e teremos que acordar às 6 horas. Será meu primeiro dia no hotel, na parte da legumeria. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Paixão

Toda a turma reunida no final da primeira aula prática
A cozinha é um destes lugares onde as pessoas se entregam. Quando se tem tempo e se pode aprender é possível ver a ansiedade no rosto de cada aluno. Todo mundo quer lavar vasilhas, quer cascar batatas, picar cebola ou alho. É simples a vontade do saber invade o poro das pessoas e o conhecimento passa a ser mais forte do que qualquer cargo que lhe chame. Auxiliar de cozinha, cozinheiro, chefe, entre outros. Para muitos o importante é estar lá.

E assim o ar pesado da cozinha pode ficar leve. Porque todo mundo quer ser o dono do Nhoque ou o dono da limonada. É querer por a mão na massa em uma entrega de alma onde a paixão envolve cada ingrediente e permite que a aula flua e passe a ser como um verdadeiro encontro de amigos.
Claro, que o Breno, ontem foi o tempero da turma. O nosso orientador e professor durante todo o curso é quem irá nos guiar enquanto formos apenas simples aprendizes.

Nhoque da turma D-12
Nhoque da  turma D-12

Ingredientes:

Massa de Nhoque

1 kg e meio de batata
300 gramas de farinha de trigo
O quanto baste de  queijo parmesão
Sal a gosto
1 ovo e meio

Molho de Tomate -

2 quilos de tomate
Alho
Azeite
Cebola
Manjericão
Pimenta do Reino ralada grossa
Sal grosso à gosto
Deixe cozinha por cerca de 4 horas ou até o molho reduzir e ficar sem água

Massa:

Cozinhe a batata e depois esprema. Misture todos os ingredientes ( ovo, farinha, parmesão) até obter uma massa firme e homogênea. Você deve dividir a massa em 4 partes e fazer rolos para o corte de pequenos cubos. Unte a pedra com farinha.

Breno, monitor da turma, montado o Nhoque. A receita é dele.
Molho:

Coloque o azeite, depois refogue a cebola e posteriormente o alho. Depois acrescente o tomate corta em concassé e o manjericão. Tempere à gosto e deixe cozinhar por cerca de 4 horas ou até o molho reduzir em fogo baixo. Está pronto o molho.

Montagem:

Coloque o azeite em uma forma, uma base de molho de tomate e o nhoque. Depois coloque outra porção de nhoque, molho e queijo parmesão ralado. Repita a operação até finalizar com o molho e parmesão.


Esta foi a aula primeira aula de cozinha.

Picando legumes




Restaurante charmoso em Capivari.
Dia de aprender a picar legumes.  Uma aula introdutória de ontem mostrou que uma cenoura e uma batata poderá ser cortada em forma de battonet, alumet e julienne. Tudo isto vai definir a espessura do corte que consequentemente definirá tipo de prato, textura e até mesmo sabor. Uma cenoura ou uma batata poderá ainda virá maravilhosos cubos de mirepoix, paysanne, macedônia, brunoise. Já sei que falei grego, ou melhor, francês.

Vocês querem mesmo entender o que é um battonet? Ele é um bastão regular de 5 mm de seção transversal e 5 cm de comprimento. Pronto é isto. Eu falei que era chato. O alumet é mais simples é a nossa famosa batata frita e o Julienne é o mais fininho dos cortes parece com um palitinho.

Imaginem o quanto minha comida não ficará mais saborosa com estes cortes perfeitos? Pensaram? Já eu só consigo pensar nas horas que vou gastar para atingir a perfeição exigida pela excelência.

Entre meus colegas o clima está bem tenso. A turma está muito preocupada com o TCC, apavorados com a ideia de ter que criar um restaurante com cardápio, história do local onde irá montar o negócio e da gastronomia escolhida. Eles pedem um verdadeiro plano de negócios. Algumas pessoas também estão bem desiludidas com o curso, porque não imaginam que dentro de uma cozinha terão que lavar vasilhas, picar legumes e carnes, além de tirar o lixo. A maioria imagina que vai entrar na cozinha já sendo um grande chefe, mandando e finalizando pratos. Aqui a palavra humildade tem um sentido bem amplo.

Uma  das ruas do Centro de Capivari em Campos do Jordão
Já contei que a cidade de Campos do Jordão é deslumbrante? Pois é. Eu, como a maioria das pessoas que visitam essa cidade, achei. O lugar é bem mágico e parece com aqueles territórios de conto de fada. Tirei algumas fotos no centro de Capivari.

Hoje vou passar o dia na cozinha picando legumes. Agorinha recebo meu dólman, uniforme do cozinheiro, parecido com este que uso na foto. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dias de 34 horas

vista da escola
Estou precisando de dias com 34 horas para fazer tudo que preciso. As coisas aqui em Campos voam. Hoje tive a manhã "livre" e aproveitei com minhas amigas para caminharmos até Capivari. Foi hoje também o dia de visitar o Grande Hotel Campos do Jordão, local onde irei aprender a trabalhar como cozinheira e a sonhar em ser um dia uma grande profissional da área da gastronomia. 

Tivemos uma aula de apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que iremos fazer. Vou ter que montar um modelo de negócio para ser avaliado por professores do Senac. Para formar para cozinheiro é preciso ter um TCC e uma prova prática dentro da cozinha. Significa: Eu vou ter que cozinhar algo surpresa para ser avaliado pela banca. 

Nós ganhamos dois livros técnicos: Técnicas de Cozinha Profissional e  Técnicas de Confeitaria Profissional. 
Bem, são 17h50 e agorinha começa mais uma aula. Então, vou indo e deixo vocês com fotos da cidade e a imagem que vejo do hotel. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Universo parelelo

Os jornalistas são sim os donos da verdade, mas o tal do cozinheiro também é. Estou aqui para aprender e vou. Hoje tive aula de nutrição e dietética, uma aula de noções básicas. O que se pode esperar do básico? Aulas entediantes. Mas a professora foi show. Pena que seis alunos conseguiram acompanhar o ritmo de aprendizado e  um colega se perdeu num universo paralelo da ficção.
O colega, que não faz parte deste planeta, conseguiu deixar a turma irritada. Alguns riram, mas no final apenas o mal estar de termos perdidos uma ótima oportunidade de aprender foi o que pesou.
Faltou foco na aula e sobrou piadinhas. 
Turma D-12 de Capacitação de Cozinheiro

Atenção: Eu vou continuar com o curso! Jamais pensei em desistir.

Desistir


Estou bem cansada. Hoje teve aula de segurança no trabalho e prova de uniforme.  A mudança de clima, cidade e o pouco tempo de sono me fizeram ter uma crise de dor de cabeça. Hoje à noite teremos aula de nutrição e dietética. Aqui, as coisas são rápidas e o nosso tempo parece curto para tanta programação.

Não conheci a cidade de Campos de Jordão, talvez consiga fazer no final de semana.  As pessoas aqui gostam de assustar os calouros dizendo coisas do tipo: Nossa até que dia vocês vão conseguir ficar? O trabalho de um cozinheiro é árduo. Exige esforço e muita dedicação. Muitos não conseguem manter estes requisitos e acabam voltando para casa. 

Quem quer ser um cozinheiro? Na turma parece que a maioria quer, mas ainda não consigo saber se todos realmente vão conseguir chegar até o final. Espero que consigam. As histórias e os motivos de estarem aqui são bem diversos em comum temos a paixão pelas panelas.


Até em cursos técnicos existem aqueles “piolhos” de aula. Aqueles que atrasam a turma e estão dispostos a aparecer a qualquer custo. Tenho medo de virar uma dessas “pragas”. Ai credo! Preciso controlar a minha carência. Vou ali dormir um pouquinho, antes da próxima aula.

Beijos... E amanhã tento tirar uma foto do Campus.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Respeito




Na mesa de estudos blogando
Dizem que a primeira impressão é a que fica.  Respeito é a impressão que posso dizer que o Senac Campus Campos do Jordão faz questão de passar para seus alunos. O lugar e a estrutura reforçam esta ideia e a vontade de ficar e aprender aumenta. Vamos parar com o discurso bonitinho e dizer a verdade. Eu estava morrendo de medo dos meus colegas de curso. Achei que seria a tia da turma, com um monte de jovens ainda indecisos que nem sabiam o que queriam da vida. Para minha surpresa a minha turma tinha um perfil um tanto incomum.
Uma artista plástica e uma psicóloga e secretária executiva, além de outras quatro pessoas com quem ainda não tive contato direito.  Pessoas com histórias de vida incríveis e que assim como eu estão mudando suas carreiras e na busca por um novo rumo.
Minha cama é a com a mala roxa
O quarto no qual vou ficar é ótimo. Melhor do que de muito hotel que conheço. São quatro camas, quatro guardas roupas e ainda uma mesa de estudo para cada.
O regimento do Senac é quase militar. Dá até medo de reprovar. Porque aqui falta de educação reprova, como fiquei com medo da minha TPM neste momento. Quem me conhece sabe do que estou falando.
Colegas de quarto na ordem: Majô, Rose e eu
Por um lado toda a rigidez é boa por que faz com que as pessoas sejam extremamente educadas. As aulas ainda não começaram efetivamente, por isto nada para contar sobre elas. A não ser que nosso monitor se chama Breno e dará a maioria das aulas. Em breve quero ter tempo para contar as histórias dos amigos que tenho feito aqui. No quarto estão as queridas Majô e Rose.

domingo, 24 de junho de 2012

Notícias da estrada


Estou feliz com os quase 100 acessos ao meu blogger, nestas 12 primeiras horas de existência dele. Obrigada pelas palavras de incentivo postadas aqui. E é por isto que trago notícias da estrada.
Dei a maior sorte ao chegar ao aeroporto de Guarulhos.   O ônibus para Campos do Jordão já estava lá, praticamente me esperando, rs. Digo que é sorte, porque só tem um ônibus por dia, da Pássaro Marrom, que faz este trajeto de Guarulhos para Campos. Caso perca este ônibus existem outras opções, mas você terá que pegar dois outros, pois fará uma conexão em Rio Preto. A estrada é linda e o pôr do sol de inverno foi generoso, então me senti entrando em um novo universo, que fica escondido entre as Serras. Quanto ao frio, quando cheguei estava 10°, que nem foi tão assustador.  
A passagem custa R$32,00 e dá para comprar via internet ou na hora. Detalhe: Na hora só é aceito dinheiro como forma de pagamento. Mas é preciso muita paciência, pois como a linha entra em quase todas as cidades do caminho, a tarde pode ser muito longa para a viagem.
Malas
Sem comentários. Gostaria de ser Jeannie é um gênio e ter o poder de teletransportá-las do meu quarto de Goiânia para o alojamento do Senac. E como será este alojamento? Será que meus colegas de quarto roncam? Faltam algumas horas para esta primeira hora. Tento não pensar nisto. Agora estou no meu quarto de hotel, Refúgio dos Alpes, um lugar silencioso, no meio do nada que é exatamente tudo que precisava.  Um pouco de paz...
Táxi
Senti que o taxista tentou me enrolar. Mas estava tão passada de sono que deixei pra lá. Agora vou dormir, porque amanhã é o grande dia. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Das páginas do jornal para a cozinha



Quem quer ser cozinheiro? Esta é uma das perguntas que a chef  Roberta Sudbrack adora fazer em seu Twitter pessoal. O motivo é provocar seus seguidores. E às vezes ela consegue. Depois de tanto ler a tal pergunta ela grudou na minha mente. Por muito tempo fiquei com este questionamento em meus pensamentos... Eu sabia que era uma jornalista, repórter de cidades, amante da boa cozinha e cozinheira nos fins de semana. Sim, sou jornalista, mas agora também quero ser cozinheira.

Comecei fazendo mini cheesecake. Os amigos aprovaram aquele docinho feito de queijo e ao invés de da-lo passei a vender na Redação, depois disto foi um pulo para expandir os negócios e passar fazer os famosos brigadeiros gourmets, que ganharam fama e passou a ser um vício de muitos amigos. Logo vieram as empadas e foi neste momento que meu sonho com a cozinha me fez desejar algo a mais. Primeiro veio o investimento em uma viagem para a Europa. Lá eu esperava fazer um curso de culinária na França.

Não encontrei o tal curso, ao invés disto minha busca pela internet me levou para a página do Senac, onde me deparei com um curso de capacitação para cozinheiro dentro do Campus Campos do Jordão, em São Paulo. O curso é gratuito e os alunos egressos precisavam estar dentro de alguns requisitos sociais. Eu tinha tudo que eles queriam e acabei sendo selecionada.
Agora estou aqui escrevendo para vocês sobre esta aventura de me tornar cozinheira. Embarco hoje, 24 de junho, para São Paulo e amanhã, segunda-feira,  às 9 horas devo ter o meu primeiro contato com os meus colegas de curso.   Serão quatro meses e meio dentro do Grande Hotel de Campos do Jordão aprendendo a ser uma cozinheira de verdade e podendo quem sabe explorar um dom que sempre me pareceu natural algo de família, dessas que sempre gostaram muito de fogão.
Aqui vocês poderão embarcar comigo nesta aventura de começar uma vida nova e saber como é estar dentro de uma cozinha de um grande restaurante. E meus amigos e leitores estão convidados para entrar comigo dentro deste mundo das pessoas que decidiram viver de seu talento com as panelas.