segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A comida tem de ser boa!

Muitas vezes não importa o tamanho do lugar ou aparência dele, porém a comida tem de ser boa. A maior prova disto é o sucesso da 1008, onde os donos servem uma picanha incrível, muito bem servida e com acompanhamentos deliciosos. Tudo isto muito fresquinho e gostoso. 
Porque lembrei disto? Ontem, fui em um bar que fica nas proximidades da 1008. E  apesar do espaço ser muito melhor do que o concorrente, eles pecam em não analisar a qualidade das guarnições que acompanham os espetos. A carne é boa, mesmo com um ponto a mais do que o ideal. Agora o grande problema do bar foi o feijão tropeiro que estava passado, assim como o tomate e a mandioca. Galera Goiânia é quente de mais e por isto é preciso ter cuidado redobrado com o acondicionamento de insumos e guarnições. Os refrigeradores precisam estar em dia e a comida não pode ficar indefinidamente exposta para que se perca. 
Estou ficando muito chata e exigente. Aliás, sempre fui só piorou. E não pensem vocês que não sou chata comigo, a maioria das coisas que cozinho acho que podem melhorar. É raro, achar que ficou incrível. Então, eu sou pessimamente chata mesmo. 

Agora é hora de preparar o mise en place do Natal e começar algumas produções... Depois conto o resultado deste dia festivo no fogão. Porque afinal a comida tem de ser boa!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A confeitaria e sua generosidade

Uma boa dose de generosidade não faz mal a ninguém. Já pensou o que seria das cozinhas do mundo se não fosse uma boa dose de boa vontade dos cozinheiros em compartilhar os seus segredos? Só comeríamos crème brûlée na França e possivelmente ele não seria um dos doces mais festejados do planeta. O nosso já famoso brigadeiro não teria alcançado tantos espaços dentro das docerias deste país. Falando em brigadeiro, a Maria Brigadeiro, a jornalista e agora empresária e cozinheira Juliana Motter escreveu um livro: O livro do brigadeiro, onde compartilha as receitas de família e dá dicas de como fazer um bom brigadeiro gourmet. 
Nem preciso dizer que admiro o trabalho desta colega. E aproveitando esta disposição de compartilhar e ensinar o que aprendi vou contar o segredo do meu chees cake. A diferença dele para o tradicional são as quantidades de ingredientes que utilizo. Eu coloco mais creme do que leite condensado e ainda acrescento um recheio, além da cobertura que leva geleia e uma fruta seca para compor a apresentação. 

Receita:

Massa 
280 gramas de biscoito de leite
180 gramas de manteiga

Recheio
1 lata pequena de leite condensado
220 gramas de creme cheese  
75 gramas de limão siciliano
600 gramas de creme de leite

Modo de preparo:

Triture os biscoitos e misture com a manteiga formando uma massa. Forre a assadeira com essa mistura.

Misture o leite condensado, o queijo, o suco de limão e o creme de leite e deixe batendo na velocidade 1 por 10 minutos. Espalhe na forma e leve ao forno por 1 hora. Depois da geladeira por mais uma hora. Corte os pedaços e cubra com geleia e depois recheie com a geleia.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

2012 em sabores

Travesseiros de Sintra
Quero propor aos meus amigos, sejam daqui de Goiânia ou de outras cidades, um momento de relembrar as coisas gostosas que comeram neste ano de 2012. Só de lembrar de algumas delícias me dá uma fome. O meu paladar deve ter melhorado mil porcento com o tour gastronômico que fiz este ano. São Simão, Roma, Lisboa, Sintra, Paris, Campos do Jordão, São Paulo e claro Goiânia. Em cada um destes lugares provei coisas incríveis e difíceis serem esquecidas pela minha memória, tudo aquilo que me causou algum tipo de emoção.
Hum... Muitos devem estar curiosos sobre as delícias eleitas ...

Doces: Creme Bruleé, Paris, no Café Madeleine e Macarons da Maison Laudurée, ambos localizados próximo a igreja da Madeleine, em Paris. Os travesseiros de Sintra, na Piriquita, em Sintra-Portugal. 
Macarons da Laudurée

Pratos principais: Sopa de cebola, do Café Madeleine-Paris, Pizza quatro queijos, do Mercato-Roma, Rústica -pizza da Pierpaolo - Campos do Jordão.



A Parmegiana da Carol
Pratos dos amigos: Massa feita pelo chefe Tião do Raf, carne moída com cerveja bock e maçã da Rose De Lena, panquecas da Anna e do Gui e a Parmegiana da Carol e o pirão de banana da Emiliana Azambuja.  


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Descobertas

Uma das coisas boas dentro da gastronomia são as possibilidades infinitas de trabalho. Tendo duas formações que podem e devem ser complementares. Aqui, em Goiânia, tenho aprendido muito com grandes chefes de cozinha. Primeiro foi com a generosa Emiliana Azambuja, que abriu sua cozinha, quando ainda estava recém chegada de Campos do Jordão e me ensinou muito sobre seu estilo de cozinhar, além é claro de apontar que conhecimento deve ser sempre compartilhado, algo que é muito claro dentro da cozinha do Senac Campos do Jordão. Agora é hora de aprender como chefe Humberto Marra, outro grande cozinheiro aqui de Goiânia.
O trabalho dele hoje é de assessorar empresários e cozinheiros para um desempenho melhor das funções dentro dos empreendimentos gastronômicos. O bom do trabalho é aprender uma série de formas de comandar uma equipe e conhecer outras possibilidades de cozinhas. É incrível como uma mesma rede pode ter cozinhas tão diferentes e ao mesmo tempo iguais. O trabalho junto com as brigadas de salão e cozinha  é mesmo fascinante. 
Uma outra vertente deste novo trabalho é fazer parte da diretoria executiva da Associação Goiana de profissionais de Cozinha,  disto quero e pretendo falar mais futuramente.
E assim caminha a vida... Dentro de algumas cozinhas, passando calor, vendo coisas erradas, ensinando o certo, aprendendo a aprender e principalmente sabendo a hora de esperar por mais conhecimento e aprendizado. Neste um mês que estou, em Goiânia, já conheci o funcionamento das cozinhas do Emi Cozinha Emocional, do clube Jaó, do Unique e do DNA Natural. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sabor de amizade

Sempre que sento à mesa, no final, o emocional é que decide se aquilo serve ou não para ser classificado como gostoso. Sejamos honestos um roteiro gastronômico ideal tem muito de raízes, lembranças e gostos particulares. Tanto que a melhor comida do mundo pode muito bem ser a goiana. Tá tá tá... Eu amei a comida mineira e baiana,  tem que escrever pequeno, para que nenhum mineiro ou baiano leia e já intule sua cozinha como melhor do que a nossa.
Esta é lembrança e o sabor que trago da Redação do Popular
Por exemplo, existem duas pizzarias aqui em Goiânia que fazem no meu ponto de vista uma pizza sabor de amizade. Não é que ela seja a melhor pizza do mundo, mas o peito de peru, combinado com o champignon, requeijão e alguns temperos destas duas casas, que possuem pizzas semelhantes, é a certeza de agradar alguns amigos. Sempre pedimos o mesmo sabor, como se pudéssemos infinitamente repetir a harmonia perfeita de sabores que existe no prato e na nossa união. 
Pequi é um dos frutos mais aromáticos e saborosos que conheço e tenho certeza que para algumas pessoas de Campos do Jordão, terá também a lembrança da nossa amizade. Falei tanto do pequi, enquanto estive cozinheira lá, que recebi o apelido carinhoso de Pequi. Já falei disto em outro post deste mesmo blogger.  O que o pequi tem de tão especial? É o fruto do Cerrado. Tem gosto de Goiás, quando somamos cúrcuma,  pequi, arroz e galinha e para um outro grupo que hoje está distante é o sabor da minha amizade por eles.
Poderia citar uma infinidade de alimentos que me remete a lembranças emocionais. Sempre que me aproximar de uma panela de brigadeiros irei lembrar da Redação do O Popular e do carinho que meus colegas de redação sempre tiveram comigo.
Eu amo as panelas e por meio delas tento expressar o que trago dentro do meu coração. Então, para mim em uma boa mesa sempre preciso que tenha nela o sabor da amizade.


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Associação Goiana de Profissionais de Cozinha

Foi criada ontem, depois de várias reuniões a Associação Goiana dos Profissionais de Cozinha. A assembleia no período da tarde  resultou na formação da diretoria executiva e dos conselhos fiscais e administrativo, todos escolhidos por votação. Foram eleitos como representantes legais do grupo o presidente, Humberto Marra e a vice-presidente Emiliana Azambuja.  Os dois conceituados chefs de cozinha foram escolhidos por unanimidade. 
Os próximos encontros devem definir as primeiras ações do grupo, que irá representar esta categoria profissional que vem ganhando prestigio social e mais espaço no mercado formal de trabalho com a qualificação e profissionalização das pessoas que escolhem a cozinha como área de atuação.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Casamentos

Um dos melhores dias dentro da cozinha do Grande Hotel (GH) foi quando trabalhamos para a cerimônia de um casamento. As cozinhas simplesmente tiveram um trabalho alucinante, além é claro de ser a primeira semana do novo chef de cozinha, o Julio, um argentino, que a primeira impressão que deixou foi que chegou para organizar a cozinha e colocar toda a equipe em estado alerta total.  

Gritos e correria passaram a ser natural por parte do chef dentro da cozinha. E o trabalho, por mais dedicada que sejam as equipes, parece que passou a ser mais lento ou pelo menos atrasos começaram a ficar evidentes. É a nova gestão, um novo cardápio e o estresse agudo da equipe. 

Estou falando de casamentos, porque neste sábado, lá no Emi Cozinha Emocional, foi realizado a festa de uma outra cerimonia religiosa. Ao contrário daquela minha primeira experiência, em que passamos uma semana trabalhando em função do casamento, desta vez, pareceu tudo mais simples e acredito que a segurança da chef tem muito a ver com isto. 

Tudo saiu no horário, não ocorreram atrasos e o serviço foi de empratado. E acreditem todos os pratos saíram juntos e quentes. Os convidados ainda puderem escolher 3 opções de pratos principais. O que a princípio deixaria tudo mais complicado, porém no final da noite o que existiu foi um clima de  satisfação entre todos, por causa do dever cumprido.

Na cozinha do GH a sensação foi a mesma. Foi bom chegar no final da noite e ver todas as praças de pernas para o ar. Parecendo que um furacão tinha passado por ali. Porém, a festa ocorreu e tudo que foi prometido foi cumprindo.  

Na cozinha a experiência é fundamental para que as coisas ocorram a contento. Não é preciso ficar gritando, enlouquecendo ou desabando, porque só o trabalho compenetrado e responsável que resolve os problemas que venham a aparecer. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

E depois...

Uma das maiores indagações minha enquanto estive 4 meses 4 meio, longe da minha antiga vida e em processo de aprendizagem era: o que vinha depois ? E a resposta invariavelmente é de que, independente das escolhas que eu tenha feito, a vida continua, com novos personagens, porém com a mesma intensidade.

Quando entrei no curso de cozinheira, era jornalista. Uma repórter apaixonada pela profissão, porém muito decepcionada com o mercado de trabalho. Minha área era cidades e isto significava escrever sobre crimes, acidentes, problemas e gente. Era isto que sabia fazer.

Dezembro chega ameaçador. É estranho não ir para o Grande Hotel todas as manhãs ou tardes. Como também é estranho não ir para a Redação todas  às 17 horas. Estas foram as únicas rotinas profissionais que conheci, por hora tento refazer ou começar uma carreira. Sim, tenho passado horas na cozinha do Emi Cozinha Emocional. Horas absorvendo tudo que posso aprender com a chef Emiliana Azambuja, no momento me sinto feliz e agradecida por poder conviver com pessoas tão competentes.

Estou me adaptando bem ao novo momento, ainda um pouco perdida e com uma mala cheia de planos. Uns ainda um pouco confusos e outros bem delimitados. A vida pulsa intensamente e procuro não pensar muito para não perder nenhuma estação, sei que uma hora terei que descer em alguma delas, mas por hora prefiro apenas olhar e estudar cada um dos destinos.

É difícil escolher um caminho


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Carneiro

Não gosto de carneiro. Como também não me agrada qualquer derivado do leite de cabra. O meu paladar simplesmente não consegue sentir prazer com tal sabor. Porém, já dei algumas chances para o carneiro. Em duas delas sai feliz. Mas, por que eu lembrei do carneiro? Estava olhando umas postagens antigas, do meu antigo blogger e vi algo falando da primeira vez que gostei de carneiro. Faz um ano. Foi em dezembro de 2011. E o prato tinha sido preparado pela Chef Emiliana Azambuja, do Emi Cozinha Emocional, naquela época fiquei encantada com o sabor de um bolinho de carneiro, feito por ela, que tinha um toque de canela. 
Hoje, estou cozinheira, lá na cozinha do Emi. 

O carneiro voltou a me conquistar, em outubro deste ano, quando o 1° Cozinheiro do Grande Hotel Campos do Jordão, o chef Nelson Oliveira, preparou para mim e uma amiga, a Rose De Lena, um carré de cordeiro. O prato que é servido no restaurante Araucária faz parte do menu degustação deles. Sou suspeita para falar, afinal fiquei 4 meses e meio convivendo com aqueles cozinheiros maravilhosos do Grande Hotel. Porém, uma das minhas vantagens é a honestidade e posso dizer que aquele carré é mesmo uma delícia.  O chef usa um método de cocção lento que permite que a carne fique mais tempo em contato com o tempero e mais tempo assando. Talvez por isto, não me assustei tanto com o sabor extravagante do cordeiro. Para o meu paladar o cordeiro é algo, ainda muito estranho. 

Quem sabe eu ainda aprenda a fazer um destes cordeiros fabulosos e possíveis para o meu paladar!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Escolhas

Nem tudo que é gostoso para você pode ser para o outro. O sabor é algo tão pessoal e cultural que tem momentos que é difícil montar um bom cardápio. A escolha do menu depende também das sensações que o cozinheiro quer provocar no comensal. 
Estou pensando no cardápio para as festividades de final de ano. Para algumas famílias o Peru é essencial na mesa do jantar, para outras o leitão, algumas gostam mesmo é do bacalhau... Pensando no Natal deste ano fico sem saber o que fazer para agradar todas as gerações da família. E a novidade deste ano é que o cardápio precisa ser original... E o pior é que a cozinheira, aqui, adora esta época do ano, só por causa das comidas tradicionais como o Peru.
Bem, o desafio é grande. Encontrar um alimento que seja lúdico, que provoque boas sensações na família e que tenha o poder de transformar a noite de Natal em algo bom para se lembrar.

Alguém tem alguma dica de prato?

domingo, 25 de novembro de 2012

Brigadeiros

Já descobri que uma das coisas que meus leitores mais gostam é de receitas. Muitos de vocês já comeram os meus brigadeiros. Sim, aqueles que me ajudaram a ir à Europa e que me impulsionaram a mudar para Campos do Jordão.
Brigadeiro não tem muito mistério. Existe sim aquela pitadinha de paciência e amor. Porque se você estiver com preguiça, melhor nem chegar perto de um fogão. Por que? Ah o brigadeiro pode queimar, pode não chegar ao ponto. Ih! pode acontecer tanta coisa... 
Vou deixar de blá blá blá e ir direto ao ponto.

Brigadeiro:
Rende 30 brigadeiros

1 lata de leite condensado
2 colheres (de sopa) de chocolate em pó. ( Um bom chocolate de preferência com 50% cacau ou até mais cacau)
4 colheres (de sopa) de raspas do seu chocolate favorito
1 colher (sopa) de manteiga extra sem sal
E atenção use raspas de chocolate para confeitar. Esqueça aquele granulado tradicional. Ok ? 

Modo de fazer:

Despeje o leite condensado na panela. Acrescente o chocolate em pó e misture até dissolver, junte a manteiga e leve ao fogo baixo, vá colocando aos poucos as raspas. Mexa sempre até que a massa desgrude do fundo da panela. Quando estiver no ponto, retire da panela e transfira para um outro recipiente untado com manteiga. Deixe esfriar, molde as bolinhas, passe-as em raspas de chocolate ao leite ou meio-amargo e acomode-as nas forminhas de papel plissado.


Esta base é bem versátil e para quem tem um pouquinho de imaginação, pode sim criar novos sabores. Como estes aqui em cima que criei para minha prova de empratado. Brigadeiro de chocolate ao leite, limão siciliano e castanhas do Pará. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Minha birra com o atendimento

Uma coisa que sempre me chateou em Goiânia foi o atendimento de alguns restaurantes. Porém, sempre me surpreendo com a capacidade de alguns lugares piorarem com o tempo. Tem um restaurante, na T-11 do Setor Bueno, que é unanimidade no quesito: Eu nunca mais volto lá! O pior é que no caso deste lugar específico todos os amigos que tenho reclamam ... Sim, comida, atendimento e a espera.
A última vez que fui ao lugar esperamos por mais de uma hora por um prato. E mais de 40 minutos para a garçonete lembrar de levar o refrigerante. Isto mesmo, eles conseguem atrasar até mesmo na entrega da bebida que está pronta no estoque. Amigos cozinheiros e jornalistas, isto é o que chamo de nadar na cozinha. Eles são especialistas em nado costas, sincronizado, borboleta e principalmente cachorrinho. O povo perdido!
Então, a pergunta que sempre me faço é: Porque as pessoas voltam neste lugar? Porque eles resistem ao tempo trabalhando sempre no improviso? A comida é média, nada de sensacional. O atendimento é péssimo. O ambiente é agradável. 
Preciso contar dois episódios. Um presenciei e o outro um amigo me contou. Estávamos em seis pessoas. Esperando pela comida, quando depois de longa uma hora de espera, o prato ficou pronto. Porém, o garçom conseguiu deixar cair toda a comida. Um prato ficou inteiro, mas ele desapareceu imediatamente e foi parar em outra mesa. O garçom demorou mais de 15 minutos para chegar até nossa mesa com o pedido de desculpas e uma solução para o problema. Bem, a solução não veio, porque ele disse que teria que fazer outro e que esperaríamos mas um punhado infinito de tempo. É o tempo é infinito quando estamos com fome e impacientes. Traduzindo o garçom quase nos expulsou do estabelecimento. 
No caso do meu amigo. Ele foi ao local comer um açaí. E para ser atendido precisou falar com o gerente do lugar, porque nenhum garçom deu atenção ao pedido dele.
A pergunta é: Será que o público de Goiânia gosta de ser rejeitado e implorar para ser atendido?

Pensem nisto!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Opte pelo simples

Quando você decide fazer um jantar a melhor opção sempre é optar pelo mais simples. O mesmo se aplica para uma prova de empratado e companhia. Aprendi a lição durante o curso de Capacitação. Antes pratos simples, porém bem feitos. 
Foi pensando assim que o cardápio para o jantar de aniversário do Bruno Caiado, nasceu. Filé, salada caprese e batata gratin. A mãe dele ainda fez um arroz com castanhas maravilhoso. 

Receita da salada Caprese.

Rodelas de tomate
Rodelas de mussarela de Búfala

Molho Pesto:
Azeite
Nozes
Queijo Parmesão
Manjericão

Preparo:

Coloque as rodelas de tomate e mussarela intercaladas. Para o molho você deve desfolhar o manjericão e bate-lo em um pilão com as nozes. Depois que tiver tudo macerado, acrescente o azeite e o queijo.
Regue sua salada com o molho pesto. 

Quanto ao jantar foi um sucesso os convidados adoraram. Escolha ingredientes de primeira linha.
Quem estiver interessado em um jantar, feito por mim, na  sua casa pode entrar em contato. Aqui mesmo pelo blogger ou por e-mail. anagynguimaraes@gmail.com

domingo, 18 de novembro de 2012

Rizzoto a moda de campos

Falei que de agora em diante este seria o meu espaço onde publicaria sobre meus testes na cozinha.
Esta semana reuni meus amigos queridos para uma rodada de uma sequência de rizzotos. E decidi criar uma versão com sabor de Campos do Jordão.

Vamos  aos ingredientes:

100 gramas de arroz italiano do tipo arbóreo
120 gramas de tirinhas de filé
30 gramas de maçãs em cubo
1 xícara de (chá) de cerveja Dark, da Devassa.
1 colher de manteiga
pimenta do reino a gosto
Parmesão a gosto
Use caldo de carne para molhar o rizzoto até dar o ponto.
1 cebola picada
Alho poro quanto baste.
E sal a gosto


Modo de preparo:
Em uma panela junte a manteiga, a cebola, o alho poró e o arroz. Deixe o arroz refogar com a manteiga e acrescente aos poucos o caldo de carne. Vá encorporando lentamente o caldo até o arroz absorver o líquido. Deixe o arroz ao dente e reserve. Em outra panela refogue os filés, depois acrescente a cebola, o alho e por último as maçãs. Acrescente a cerveja para deglaçar. Quando os filés tiverem no ponto, coloque o arroz e acrescente mais um pouco de cerveja. Vá colocando caldo até o rizzoto chegar ao ponto. Depois coloque o parmesão, acerte o sal e sirva.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Meu mundo de sabores

Até pensei em ficar em Campos do Jordão, porém a vida é mutante e precisamos seguir o nosso caminho.  O meu já havia traçado no início deste ano.
 São muitos planos... Desejo a Sardes e ao Cristiano Penteado, meu leitores, aqui do Blogger muito boa sorte com o curso que começou nesta semana. Sábado já é dia de entrar no setor e sentir o calor ou frio de uma cozinha. Quero saber o que vocês acharam da cozinha do Grande Hotel.
As pessoas devem estar curiosas com as receitas. Hum... Já vi o que dá certo e o que dá errado dentro de um hotel, agora quero saber como será aqui, nesta cozinha de casa.
O que vou fazer leitores é postar aqui todos os meus teste neste blogger. Esta semana organizo a casa e arrumo as panelas para receberem os bons ingredientes.
Na semana que vem começam os testes e quem vai querer provar o que der certo ? Tenho voluntários? Então, cobaias podem se apresentar. Espero em breve voltar na Redação para mostrar minhas novas criações. E já digo que estou aceitando encomendas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Depois que saímos

Ficamos no Senac até sexta-feira pela manhã. Já não pertencíamos ao grupo de alunos, porém, a direção da unidade foi muito gentil em nos abrigar por causa do horário em que tudo terminou no Grande Hotel. Depois que saímos de lá, recebemos algumas atualizações sobre as turmas que ficaram.
Duas alunas foram expulsas do alojamento. O motivo oficial é que elas permitiram que uma ex-aluna de duas turmas passadas em relação a delas dormisse no quarto delas. História pesada, porém importante para quem começa hoje ou amanhã o curso. Fazer coisas proibidas dentro do Senac pode gerar expulsão. Então, queridos, cuidado com a farra, com bebida e com facas no quarto. As  escapadinhas para fumar maconha, dentro do campus, também podem gerar expulsão. E cuidado com as faltas seguidas. 
Pode parecer difícil ficar nestes alojamentos. Mas, no final, vão saber que a experiência foi maravilhosa. A dica é se entreguem ao curso de corpo e alma. Curta cada setor da cozinha, porque tudo terá fim, os melhores e os piores momentos e a soma tem que ser sempre positiva para você. Agora se realmente não quer estar dentro do Senac é melhor sair e não contaminar os que querem ficar. 
Abraços aos amigos queridos que ficaram. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Estranheza

Cheguei e minha casa não se parece mais a mesma, ou melhor, tudo parece muito com o que era antes, porém não sou mais a Ana de antes. Ok, ok a intolerância continua a mesma. As boas vindas de uma cozinheira é com as panelas e a família.  Nem cheguei na cidade e já fiquei responsável pelo almoço da família. A refeição de hoje foi inspirada na amiga Rose De Lena .
Sim, estou com muitas saudades de Campos do Jordão, porque viver naquela cidade foi uma das melhores coisas que fiz por mim. Acredito que nada foi por acaso...
Encontro com os amigos regado a pamonha goiana. Estava com muita vontade de comer esta nossa maravilha. Porém, já digo aos meus seguidores, evitem a pamonharia Frutos da Terra...
 A pamonha é bem mais ou menos, uma textura meio duvidosa, uma impressão de que foi colocado fubá na massa, além de no início da noite, de um domingo chuvoso, a pamonha já ter acabado. Para os amigos o maior problema foi o sabor de velho que tinha na pamonha deles.
Conclusão: Acabamos tendo que finalizar a noite na Trupe do Açaí que tem aquele velho problema do atendimento demorado. Estou em casa, cheia de planos, porém com muita vontade de colocar o pé de novo na estrada.
Sei que esta semana as coisas devem voltar a me parecer normal.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Encontros e despedidas



A vida se transforma rapidamente. A vida muda em um instante, você atende um telefonema e a vida que você conhecia insiste em começar a ir embora. A questão das escolhas. Tivemos praticamente um mês e depois outros três, para nos decidirmos se toparíamos ou não morar no Senac Campos do Jordão, por quatro meses e meio. Aqui aprenderíamos a aprender a sermos cozinheiros. E sabe Rose, Fernando, Caroline, Miriã e Rafael. Nós topamos e embarcamos na turma D-12.
Acho que cada um de vocês, sentados aqui do meu lado, se lembram daquele primeiro dia. Quando um olhou para o outro, durante a dinâmica de convivência e vimos nossas vidas se transformarem e depois nossos julgamentos se quebrarem. É! Criamos laços. Afeto, raiva, medo, insegurança, alegrias. Criamos expectativas, conhecemos e aprendemos a conviver e a viver em conjunto. Foram meses tolerando e amando um ao outro. Roncos bizarros, brigas, insatisfações e amizades verdadeiras. Foram dúzias de abraços e outras tantas lágrimas de despedida, porque neste lugar sempre existem novos encontros e junto com eles novas despedidas.
Olhando para cada um de vocês é possível ver um trajeto. A Rose com toda a sua dedicação e talento agarrou seu sonho com as duas mãos e até no último dia, com sono, cansada, se dedicou a cozinha.  Você, Rose, fica no Grande Hotel, assim como Miriã que com sua doçura e comprometimento conseguiu conquistar seu lugar nesta equipe. Mas esta é uma turma especial, guiada pela união e comprometimento com este sentimento chamado amizade. A Caroline nossa melhor ouvinte e conselheira entende muito deste sentimento. E depois de ouvir e palpitar em tantas histórias decidiu que também poderia fazer parte deste momento. Então, Carol, você ficou para a nossa formatura.  Quem também tem esta mania de acolher todo mundo é o Rafael. Sua calma e paciência tão características acabam sendo um ímã para os novos alunos e para quem precise de um anjo da guarda. Já o nosso Fernando. Posso te chamar de nosso? Tá vendo ele sempre concorda com tudo e foi ele que me fez repensar as minhas certezas. Sabe Fernando, as pessoas têm o direito de quererem estar sozinhas, mas você tem o dever de querer estar conosco, pois todos nós aprendemos a te respeitar e a gostar de você. E atenção você é um ótimo barman. Não é não? Que caipirinha foi aquela do meu aniversário que deixou todas as mulheres doidas, RS.
A questão da despedida. Eu não quero dizer tchau. Um até breve seria mais apropriado para este momento. Porque como vou fazer agora que não tenho mais o Breno para pedir socorro, ou a Deise para resolver meus pequenos problemas. Existia vida antes do Senac... Só que não existiam Brenos, Deises, Caios e tanta gente competente que nos fizeram repensar nossas escolhas. Gente como o seu Tião, que assim que entramos na cozinha já tinha uma palavra amiga para nos receber. 
Aqui aprendemos o caminho para sermos os melhores cozinheiros de todos os tempos. Como?  Aprendemos que uma cozinha só funciona em conjunto com pessoas que estão sempre dispostas a nos ensinar e aprender.  São nestas trocas que sentimos esta enorme dor de estarmos presos em uma estação, onde a tônica foram todos estes  encontros e despedidas que tivemos aqui mesmo neste salão. Chegou a hora da nossa despedida e dos nossos novos encontros, por hora só quero agradecer a contribuição que todos que estão nesta sala tiveram em nossas vidas.
É a vida se transforma rapidamente.  Você entra em um curso e tudo que conhecia já não é mais como era antes. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Parabéns!

Dentro de mim uma profusão de sentimentos se confundem. Estou feliz por poder carregar estes 31 anos de história. Feliz por estar terminando mais um capítulo e triste por ter que deixar um monte de gente especial. Sim, meus 30 anos que começaram comigo embaixo de uma cama, terminaram hoje, em um palco apresentando meu TCC e sendo feliz por ter tido a coragem de jogar para o ar 7 anos de uma carreira maravilhosa.
Neste universo paralelo a festa começou cedo. Nas primeiras horas deste dia 5 de novembro, depois de uma bebedeira no Casarão, o bar mais perto do Senac. Eu e a Miriã fizemos as pazes e nos permitimos ser infinitamente felizes por umas horas. Como senti falta desta baixinha durante o curso e como gosto dela. Não só dela, da Rose, da Carol, do Rafa, do Fernando, de uma turma chamada D-12 e que tem como orientador o Breno. E este nosso orientador é o melhor que poderíamos desejar. Vou sentir saudades deste loco imaginário, onde cada lágrima é mais intensa e cada sorriso é mais gostosos. 
Obrigada, aos amigos de curso e a toda a equipe da cozinha do Grande Hotel que fez meu ano de 2012 um dos melhores que já tive. Vou embora com muita vontade de ficar ao lado de gente que me fez e faz tão bem. Daqui levo apenas boas lembranças!

sábado, 3 de novembro de 2012

Final de um sonhos

Quem nunca viu um sonho acabar ? Eles terminam, seja por caírem na monotonia ou por simplesmente terminarem. Lembro de quando o jornalismo era para mim um sonho. Claro, que ele nunca deixou de ser, mas caiu na monotonia e me fez triste por uns tempos. Quando estava muito decepcionada e entediada decidi que precisava de um novo sonho para preencher aquela lacuna deixada pelo meu melhor amante, o jornalismo.
Descobri nas panelas um mundo encantado. Passei 4 meses dentro da cozinha do Grande Hotel, onde aprendi muito, critiquei outro tanto e fiz grandes amigos. E hoje, faltando 5 dias para partir estou sentindo que mais um sonho acabou. Dia 11 de novembro volto para a vida real, para os problemas, as soluções e os amigos que sempre estiveram do meu lado. Volto para uma vida da qual havia me cansado. Tudo o que tinha era maravilhoso, mas infelizmente não era suficiente.
Aqui percebi o que realmente me falta e por hora sei que preciso mudar. A vida continua sendo a mesma independente da cidade que more ou do trabalho que tenha. A única coisa que permanece são as nossas verdades e estas estão muito vivas, dentro de mim. Os sonhos vivem em constantes mudanças, mas os desejos no final continuam sendo os mesmo. Desejo de ser melhor. 

domingo, 28 de outubro de 2012

Cozinha quente!

Quando voltar para minha casa será mais fácil postar sobre receitas e até alguns perfis que colhi aqui devem ser feitos. Hoje terminou meu estágio na cozinha quente. Pelo primeiro dia lá, achei que seria traumatizante, porém depois de dois dias, foi fácil começar a gostar da rotina da quente pela manhã. Não tenho o que reclamar do Rodrigo e nem do Ceará, nossos monitores na cozinha. 
Quase no final do curso, agora tenho certeza que tem muita coisa que preciso estudar. Muitos assuntos que preciso dominar. Talvez por isto, tenha investido em três livros e já estou pensando em outros títulos para a minha coleção. Estudo nunca é de mais em nenhuma área. Na cozinha existe muita contradição do que é certo e errado. Por exemplo, sempre comi frango xadrez com castanha de caju, aliás a versão que acho mais saborosa. Porém, o tradicional leva amendoim. Ingredientes simples, mudanças pequenas mas que influenciam no resultado final do prato. Para quem quer escrever e opinar sobre sabores é preciso muita atenção. 
E não é só o ingrediente que faz a diferença. Para o comensal é preciso ter também atenção no ponto certo de cocção de  uma carne. Só que o que seria este ponto certo? Paladar é discutível, nem todo mundo vai saborear o que é conhecido como correto. Alguns irão preferir mais passado, com mais sal, com menos, com mais pimenta, com recheio ou sem. É gosto! E paladar tem muito de bagagem cultural, de lembranças da infância e de sabores que influenciem a sua memória. 
Depois do tempo que passei dentro da cozinha de um Grande Hotel e convivendo com cozinheiros, sei que minhas refeições nunca mais serão as mesmas. Porém, posso ter ficado menos exigente, com aqueles que ganham a vida lidando com panelas.
Quanto a cozinha quente. Errei muito! Até mesmo o ponto de um nhoque e sei que cozinhar por intuição sem uma receita por perto é muito difícil, quando não se faz isto todos os dias. Na confeitaria consegui deixar um brigadeiro queimar. Na quente foi o Nhoque, um molho aos três queijos e outras coisinhas como um corte mal feito que resultaria em um prato com aparência desagradável. Na cozinha quente aprendi a ter medo de temperar. Apesar de ter certeza que na minha cozinha, as pimentas, óreganos, alecrins, e tantas outras especiarias sempre serão bem vindas. 
E depois destes 13 dias entrando na cozinha quente, sei que quero muito disto para a minha vida. Mesmo com algumas coisas dando errado. Estes últimos dias tem sido doloridos, algumas lágrimas, um tanto de saudade, porque vou ter que deixar este mundo encantado que é a cozinha do Grande Hotel. Estou  encantada pela paixão das pessoas pelo que fazem e a forma como elas se dedicam a ensinar aos outros como ser um bom cozinheiro. 
Aos próximos alunos que forem para a cozinha quente a dica é: Queiram aprender de verdade! Porque ninguém nega conhecimento a quem está aberto a ele. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Os muitos cozinheiros nas nossas vidas

Sempre pensei na cozinha como uma entrega de alma. Hoje passados quase quatro meses e meio dentro de uma convivendo com os profissionais da área, penso neste lugar como uma continuidade da vida. No alimento dá sim para refletir um pouco da personalidade de cada cozinheiro. Encontrei cozinheiros preguiçosos, alegres, amorosos,  fofoqueiro criativo, raivosos, desastrados, viajante, simpáticos, calmos, dedicados, sem noção,  e experientes.
Os preguiçosos são aqueles que deixam sua impressão em tudo, o bolo não cresce, a torrada não torra, o creme de confeiteiro nunca é um creme de confeiteiro, o roux passa do ponto e eles nunca refazem nada. No máximo o preguiçoso cria uma emenda.
Os alegres são tão felizes que as vezes os legumes saem saltitando pela cozinha, ou a massa inglesa fica meia molengona só para ver se ganha um pouquinho mais de atenção da trupe. Não pode ver um companheiro calado que vem logo puxar assunto. Seu hobby favorito é colocar apelidos criativos nos colegas. 
Ah os amorosos... São os que mais encantam as pessoas, tem sempre uma palavra amiga, um jeitinho doce de chegar. Ele sabe o paladar de cada cliente de seu restaurante. E para completar conhecem a história do prato e  ficam tentando incansavelmente extrair o melhor sabor de cada ingrediente.
Os fofoqueiros nem tem diploma para isto e conseguem ouvir as histórias de todas as cozinhas sem nem precisar sair do lugar. O fofoqueiro tem tanta necessidade de ouvir e contar que aumenta cada conto que chega em seus ouvidos. É na língua dele que mora o perigo, porque pimenta nos olhos dos outros é refresco. 
O cozinheiro raivoso sempre deixa o sal passar, ou esquece a mandioquinha no forno,a carne as vezes passa de mais. A atenção dele está sempre focada na vida alheia. Como gosta de ver os erros dos outros! O raivoso nada mais é do que um invejoso disfarçado. E coitado do comensal que comer comida dele que sempre estará mergulhada em fel. Sim, caro leitor, comida de gente sem amor é um veneno para alma. 
E o cozinheiro desastrado? Hum... tenho medo de me tornar um desses. Ele sempre tá sujo, sempre perde um ovo, a massa do Nhoque fica mole. Ainda existe o medo rondando seus passos, pois vai que  ele perder uma produção inteira por conta de um passo em falso dentro da cozinha. O desastrado tropeça, corta o dedo, se queima. Isto quando não queima ou corta o companheiro. Além disto, ainda tem os acidentes leves, mais comuns no dia a dia, como molhar o colega na hora de limpar o setor, dar uma vassourada no companheiro e milhões de esbarrões. Mas como estamos falando de um desastrado prepare o bolso, porque perder uma receita pode virar rotina. Só que comida de desastrado é sempre gostosa.
Já pensou em um cozinheiro viajante? Eles existem e vivem a custa de Red Bull, porque nunca vi um pensamento criar asas daquele tanto. Enquanto a abobrinha frita, o viajante olha catatônico para o nada e viaja... Hum... viaja na maionese, escorrega no quiabo, pisa no tomate, enfia o pé na jaca e segue a viagem.
Os simpáticos sempre dão bom dia, boa tarde e boa noite. Tem um sorriso para cada colega e entrega o buffet sempre na hora certa.  São seres tão ternos que não despertam raiva ou irá, chegam a passar  desapercebidos. O bom de ter um simpático ao lado é o tempero é na medida certa e eles rapidinho aprendem a ter um toque de elegância.
E o sem noção? Sempre atuou em outra área, nunca pegou em uma panela e depois de assistir muita Ana Maria Braga e de aspirar um lugar no programa do Super Chef, resolveu com carderninho e canetas em punho que seria cozinheiro. No lugar das panelas caderno e no lugar do fouet caneta. Ele fica com aquele olhar de quem não está entendendo nada e pedindo pelo amor de Deus me dê uma receita. E parece que ele está sempre no lugar errado e na hora errada, pronto para colocar uma pitada de sal extra na sua produção depois de finalizada. O pior que pode ocorrer dentro da cozinha é sem noção ficar entre você e a pia, quando você está com uma panela gigante e quente na mão. Até ele se tocar que ele tem que abrir caminho você  já queimou seus dez dedos. Ele olha para você pergunta: Tem receita para queimadura? O que vocês fazem quando se queimam? A sua vontade é dizer para ele que o melhor remédio é enfiar os dedos, naquele lugar que não pega sol. Mas como você é um cozinheiro educado, responde com olhar de ódio, rosna e diz um enfático NÃO!!! Sem gritar, porque na cozinha não pode.
 Só quem pode berrar é o cozinheiro sonoro. É aquele que acha que no grito as coisas saem mais rápido e mais saborosas. Mas como diz um velho amigo da gente: "se grito ajudasse, porco não morria". Se bem que existem alguns seres cozinheiros que só pegam no grito! A exemplo, do nosso querido amigo viajante, que acorda assustado com o berro.
O que todo cozinheiro almeja ser é o calmo. Aquele que nunca perde a cabeça. Tá sempre de bom humor, mantém a serenidade, enquanto o caos impera na cozinha. Pode até desafinar um pouquinho, mas está sempre cantarolando. 
Agora, o  cozinheiro que quero para a minha cozinha é o dedicado. O que chega sempre antes do horário  que sabe aplicar um plano de ataque como ninguém. Ele nunca falta ao trabalho e gosta do que faz. Para contrabalancear, sempre tem na equipe o cozinheiro Stand  Up Comedy. É leitor você já pode imaginar como ele é? Sim, isto mesmo, ele passou a noite na internet procurando o último lançamento de piadas. O cara é tão vidrado em humor que já comprou a coletânea de pegadinhas 2013. Pior que o cozinheiro conta para você até a piada que você contou a ele no dia anterior. E quando o outro cozinheiro reivindica a autoria ele jura de pé junto que foi ele que inventou a piada. 
Bom mesmo é ter cozinheiros experientes por perto. Mas eles só valem a pena enquanto continuarem com espirito jovem e dispostos a aprender. Porque se o experiente só conta que é experiente, vira um aspone, um assessor para assuntos aleatórios.Os bons cozinheiros experientes tem o dom de ensinar.
Caro leitor depois de você ler este texto sua refeição nunca mais será mesma. Ao sentar no restaurante você vai ficar imaginando um mix de cozinheiros malucos que prepararam o seu prato. E não adianta pedir: "Ei, garçom solta um prato feito pelo cozinheiro amoroso!", porque certamente terá uma pitadinha de todos eles no seu prato. Mas de uma coisa você pode estar certo: Quem é "cozinheiro", nasce cozinheiro" e todos estes perfis amam muito o que fazem.

Um texto de: Ana Carolina Guimarães e  Rose De Lena. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Decidi me comprometer

Jornalistas não se comprometem, em sua maioria, sempre tem De acordo com, segundo fulano, alguém disse. Esta é uma das formas de tentar ser honesto, imparcial e verdadeiro com o leitor, mas no fundo, todos sabemos que dificilmente alguém é imparcial, pois sempre tem o nosso ponto de vista. Hoje, depois que uma lágrima, caiu do meu rosto, decidi me comprometer, ser parcial e tomar partido. 
As histórias sempre ficam assim um tanto sem graça quando tentamos não nos envolver e quer saber eu me envolvi. Esta é a grande questão do meu universo particular. Envolver... Aqui seriam 4 meses e meio de estudo, dedicação a cozinha e imparcialidade jornalistica. Porém, com o tempo você se pega gostando, apaixonando e quando vê já não sabe mais onde era você e quem é que esta no comando agora. 
Os amigos mais próximos sabem que sou um misto de ranzinza com TPM, carinhosa, dedicada, mole e dramática. O que mudou dentro desta equação? É que o mundo é diferente daquilo que julgava ser importante. 
O ter tem se tornado cada vez menor dentro desta matemática da vida e o ser ganhou um espaço que nunca tinha alcançado. Dentro da cozinha aprendi que essência é fundamental, mesmo que algumas delas estejam trancadas dentro de um calabouço.
Por ser observadora e estar tão entregue a este novo mundo, devo admitir que quando as pessoas mudam de sintonia eu sofro. E por este mesmo motivo deixo a melancolia me atacar quando vejo um olhar me evitando. É melhor ficar sem saber o motivo daquela lágrima e me deixar aqui com o meu quebra cabeça, que parece não ter solução. Neste momento estou covarde o suficiente para passar uma vida sem saber o motivo, por não querer incomodar o outro e por não querer tirar meu projeto original dos trilhos. É apesar de estar cozinheira, ainda sou jornalista e por isto é melhor não me comprometer, apesar de já ter me comprometido. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Desejos

Uma das coisas mais complicadas de estar fora de casa é ficar longe de todas aquelas comidinhas que você adora. Tem dias que acordo com desejos ardentes por coisas que só é possível encontrar em Goiás. Algumas coisas até existem em outros estados mas não é igual. Estou com muita vontade da pamonha cozida frita e da pamonha à moda goiana. Na minha cidade pamonha é quase uma instituição. Existe em toda esquina. 
Pamonha à moda goiana
A que mais gosto é de uma família que vende a pamonha na esquina da Avenida 85, com as ruas 136 e 137.  Fica quase na esquina da minha casa. É daquelas pamonhas que derretem, um creme incrível, com uma textura fina e um sabor de aconchego de casa. Outra coisa da qual tenho muitas saudades é do arroz com feijão da minha mãe. Aqui eles podem até ser gostosos, mas não tem sabor de infância e nem amor de mãe como ingredientes.
Hoje foi o primeiro dia de cozinha quente. Foi corrido e estou um pouco perdida e insegura. Estava ansiosa para poder chegar nesta etapa final do módulo e por hora não consigo definir o que estou sentido. Só sei que quero ter a sensação de ter aprendido muito e se voltar para casa que seja uma nova pessoa, com novos conhecimentos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Truta, para quem gosta de peixe

Estava com vontade de postar a música nova que tem pequi na letra, mas como acho que será um exagero é melhor ficar por hora só com as receitas. Amanhã será meu último dia no RAF e a única coisa que posso dizer é que estou agradecida pelo o tanto que aprendi e me superei. Então, o post sobre o RAF fica para amanhã, porque agora é hora de receitas. Como estou em uma terra que tem exuberância de trutas, vou postar aqui uma receita de Paupiettes de Truta escalfadas com açafrão.

Ingredientes:
20 filés (85g a 113g) de truta, sem pele
1 colher ( chá)/ 5 gramas de sal
1/2 colher ( chá) / 1 grama de pimenta-do-reino mopida
284 gramas de mousseline de truta e açafrão 
28 gramas de manteiga
3 chalotas raladas
60 ml de vinho branco
120 ml de fumet de peixe (caldo de peixe)
480 ml de velouté de peixe
198 g de tomate concassé
2 colheres (sopa)/ 6 gramas de cebolinha verde picada 
284 gramas de espinafre.

Modo de preparo:

Tempere a truta com o sal e a pimenta-do-reino. Espalhe uniformemente uma camada de mousseline sobre os filés e enrole-os um a um para fazer paupiettes. Coloque-os em uma assadeira, com a emenda virada para baixo, até o momento de escalfar.
Passe um pouco de manteiga em uma frigideira rasa e espalhe as chalotas por igual. Coloque os paupiettes por cima, com a emenda para baixo. Adicione o vinho e o fumet.
Ferva o líquido suavemente, em calor direto. Coloque um pedaço de papel-manteiga (cartouche) untado sobre os filés, cobrindo-os. Transfira a panela para o forno aquecido entre 149° a 163° C.
Escalfe a truta por 10 a 12 minutos ou até que a carne fique opoca e ceda sob ligeira pressão.
Transfira os paupiettes para uma assadeira, cubra-as com o cartouche e mantenha-as aquecidas.
Coloque a frigideira com o cuisson sobre o calor direto e reduza-o em dois terços. Adicione o velouté e ferva suavemente por 1 a 2 minutos. Ajuste o tempero com sal e a pimenta-do-reino.
Coe o molho em uma peneira de malha fina sobre uma panela limpa ou, se desejar, em uma panela para banho maria. Termine o molho com os tomates e a cebolinha verde.
Seque os paupiettes em papel absorvente. Sirva-as imediatamente com o molho, sobre uma camada de espinafre, ou mantenha-as aquecidas para o serviço.

Fonte: Receita extraída do livro Chef Profissional.
Esta semana comi aqui no hotel uma truta incrível. Foi feita na cozinha quente, espero aprender tal receita. O peixe foi feito com pinhão e cogumelos. Uma delícia!

sábado, 13 de outubro de 2012

Comer Rezar Amar

"Devemos estar sempre preparados para as ondas infinitas de transformação", este é um dos bons pensamentos que tenho adotado. Por isto, não arrependo de nenhuma das escolhas que fiz neste ano sabático, já considero 2012, um ano para parar. Escolher mudar tem um preço alto, pois é como se jogar rumo ao infinito sem saber exatamente o que irá encontrar neste novo caminho.
Em 2011, passei muito tempo ouvindo a trilha sonora do filme Comer Rezar Amar, li muitos autores que estavam a procura de um novo caminho, entre eles o Aprendiz de Cozinheiro. Um jornalista que largou uma carreira de sucesso para aprender a cozinhar na Europa. Um outro jornalista, este italiano, Tirziano Terzane, que foi em busca de adivinhos no oriente e encontrou um novo paradigma. 
As panelas é uma das minhas buscas, mas sei que o meu caminho não termina em 20 poucos dias, no dia 8 de novembro, quando receber o meu toque e ser capacitada para cozinhar. O que vim fazer aqui começou no dia 3 de maio, deste ano, quando andava ainda tristonha pelas ruas de Roma e imaginava o quanto seria bom se lá não estivesse chovendo, ou se não estivesse tão seca por dentro. 
Aqui, em Campos do Jordão, hoje, também está chovendo, como naquele dia, e faz tanto frio quanto lá, num clima bem semelhante, que me faz relembrar tudo que sentia e  aquele vazio parece uma sombra que vive a me rondar. Algumas decepções finalmente acabaram e estou livre e com muito medo de voltar a estaca zero. 
É leitores dias de meditação urgente! A próxima fase desta nova vida é me dedicar ardentemente ao meu mundo espiritual e tentar encontrar meu centro, para ter algum tipo de paz que valha a pena. Quanto ao amor... Ah o amor! Estou esperando por alguém que não seja idealizado, que me deixe feliz e triste ao mesmo tempo, real e inteira. Um ser que não seja um espelho, mas que esteja presente no dia em que eu precisar. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Loucuras da feijoada

Tomei banho de feijoada. A missão era retirar os pertences e depois o feijão da báscula. Mas com 1,55 de altura e com pouca força física, foi difícil cumprir a tarefa sem me sujar. Feijão no óculos, na dolman, na calça, no avental e na touca. Eu, literalmente, nadei hoje na cozinha. Melhor foi ter que lavar a báscula. Hoje, contei com a  ajuda da Caroline que é uma super companheira de trabalho. Acaba que ela pega mais pesado que eu, mas não fico para atrás tenho dado conta deste batidão. 
O trabalho intelectual de um jornalista é pesado, porém o de um cozinheiro é braçal e intelectual, duro até acabar o dia. Tenho saudades da redação, mas a alegria de uma cozinha me deixa profundamente feliz. Hoje, estava rindo e me divertindo horrores quando o trabalho estava mais extenuante. Tudo me parece com uma questão de foco. Ainda me pergunto se quero esta vida para sempre. Neste exato momento sei que quero ela por mais um tempo, um tempo não determinado, mas o tempo em que permanecer feliz. 
Quero viajar e aprender a cozinhar em outros lugares. Acho que quero uma vida itinerante, sem um destino certo, sem um lugar em que eu chame de meu. Eu não sei responder, mas estou gostando desta coisa de não ter um vínculo. 
Projetos para sair do país, não faltam e para ficar também. A verdade é que o futuro ainda é bem incerto. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Qual é a sua rotina?

Pipipiii...Pipipiii...Pipipiii...  LAVAR AS MÃOS! A parada é obrigatória a cada 30 minutos. As mãos são detalhadamente lavadas, na teoria todos deveriam obedecer o alarme, mas uma meia dúzia ouve o alarme e correm para pia. 2 kg de cebola, dentes e mais dentes de alho sendo descascados, panelas gigantes com suas colheres proporcionais se tornam cenas de comédia na mão de estudantes que parecem personagens de desenho animado. É, sou um deste personagens, com meu 1,55 de altura, sou quase do tamanho das panelas e as vezes preciso até de um banquinho para conseguir misturar os 10 quilos de feijão, que cozinha dentro do panelão. 
Não estou reclamando, porque acho divertido pegar 20 quilos de arroz e refogar dentro de uma bascula. E tentar misturar todo o conteúdo com um colherão, o maior do RAF. O seu Tião é o capitão do Raf. Ele com toda a sua sabedoria, carinho e dedicação é quem nos ensina a ser futuros bons cozinheiros. É por parte de quem? Ah entendi! Frases que fazem do seu Tião, uma figura única e querida por todos. Quem na cozinha não fala: AH entendi! Sim, o jargão esta impregnado na cozinha. Aviso as garotas que leem meu blogger, seu Tião é casado, muito bem casado e feliz. 
Você é de Goiânia? Sou. Significado de mulher bonita, segundo o código secreto criado por mim e pelo seu Tião. E nesta doçura vou aprendendo, cozinhando e ficando mais humilde e responsável. Vou aprendendo a ter paciência, a passar bife na chapa. A ficar suja. Continuo tão desastrada quanto antes. 
Ontem, foi dia de movimento extra no RAF e fiquei na chapa. Sai de lá o puro bife. Dias agitados assim são bons para lembrar o quanto é bom estar vivo. Minha rotina fica entre fazer arroz, picar cebolas e correr. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Trabalho: Festa do Sabor


Sempre conto aqui, neste espaço,  que minha paixão é falar sobre cozinha.  Quando estive no Jornal O Popular, tive meus momentos onde pude compartilhar com os leitores um pouco do que sabia sobre o universo gourmet. Agora depois de quase 6 meses e muita ralação perto do fogão e próximo de quem realmente entende de cozinha, ainda gosto daqueles meus escritos e por isto compartilho com vocês leitores.

As panelas do 7° Festival Gastronômico, Esportivo e Cultural de São Simão já começam a ser aquecidas. A equipe composta por cinco cozinheiros partiu ontem para Sul de Goiás, onde vão comandar a cozinha do evento, que começa hoje e se estende até domingo. Além disto, artistas que estão sempre na mídia nacional devem dar um pulo na cidade goiana, mas o grande astro destes quatro dias de programação será mesmo o peixe. Como nas outras edições, os pratos à base de tilápia devem ser as estrelas do festival, afinal, o peixe é uma das grandes riquezas do Rio Paranaíba.
Feliz em retornar pela sétima vez ao festival, a chef Emiliana Azambuja, do Emi Cozinha Emocional, se empolga ao contar que preparou um bufê com 15 variedades de petisco para a abertura do evento. Para a chef, é um desafio gostoso atender ao público de um festival, quando os cozinheiros têm uma maior proximidade com as pessoas, além de poder ensinar alguns truques da cozinha. Quem não gosta de peixe não precisa evitar o festival, porque pratos com outras bases e algumas criações devem aparecer.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E viva a bipolaridade

Imagine viver num lugar onde todos estão de passagem? É onde estou morando atualmente, um lugar onde as pessoas não estabelecem raízes e nem estão dispostas a criar vínculos. A cozinha é um lugar chato, bacana, entediante, divertido, arrogante, fino. Exatamente isto que você leu, um ambiente cheio de contradições. 
Eu não sei dizer se aqui eu me encontrei, mas é impressionante como os alunos e profissionais mudam de humor rápido. É como se houvesse uma epidemia de bipolaridade dentro da cozinha. Um dia estão muito felizes, no outro de mal humor e no seguinte tristes. Tudo bem que ficar longe da família seja complicado, mas é bom poder aprender. É bom estar ao lado de uma panela. Eu gosto deste universo paralelo que criei para mim, onde cada dia é uma surpresa.
Hoje, estava parada olhando para o Levi e lembrando do meu primeiro dia naquela cozinha. O dia em que  tentava imaginar quem era o Levi, o nosso monitor de legumeria. O Levi continua ali, cortando legumes, ao lado do Raf.  Depois desta primeira fase veio o açougue e foi lá que minhas crises apareceram, mas foi tão bom o período ao lado do Dario, onde ele nos ensinou tanta coisa bacana sobre carnes.
De lá fomos direto para o Garde Manger e não posso deixar de acrescentar que foi um dos melhores períodos na cozinha. Sim, foi lá que aprendi o valor das amizades. A Anna e o Rafael são pessoas que quero levar para o resto da minha vida ao meu lado, como grandes e bons amigos. Espero que eles um dia possam ir em Goiânia, conhecer minha terra e seus sabores. 
A minha maior ansiedade era com a confeitaria e queria muito ter coisas maravilhosas para falar deste período que passei por lá. Estava louca para aprender e não foi bem o que aconteceu por lá. Acho que não soube aproveitar o lugar e as pessoas, sem querer eu me fechei para o aprendizado e acabei trazendo na bagagem uma série de decepções.
Agora que estou no Raf posso dizer com toda certeza que adoro cozinhar. No Raf é onde se tem a maior liberdade dentro da cozinha é o lugar para se criar e cozinhar. As panelas podem até ser maiores que eu, mas estou até me dando bem com elas. O Ronei foi ótimo no Raf à noite e o Elizeu tem me surpreendido. Pois tem se mostrado uma pessoa disposta a nos ensinar.
O medo agora fica por conta da cozinha quente, onde irei passar 12 dias seguidos pela manhã. Como ouvi muitas reclamações e poucos elogios, espero sinceramente ter mais elogios que reclamações para postar. Até porque gosto muito de toda a equipe. E como no garde quero levar a amizade para sempre dos meninos da quente. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Melancólica eu?

Os meus posts estão com ares de despedida. Acho que este clima frio tem me deixado melancólica. Como estará o mundo que deixei? Aqui não acompanho mais nenhum tipo de notícia. Pela primeira vez na vida não sei quem são os candidatos a prefeito da minha cidade e não tenho um candidato a vereador para votar. Por hora isto me faz sentir livre.    
Pela primeira vez na vida não tenho medo de andar à noite na rua, de entrar em um banco, de sacar dinheiro sozinha. Não tenho medo de levar um tiro no sinaleiro quando um motoqueiro para ao meu lado. Em Campos do Jordão, quase não vejo motoqueiros e é por esta razão que não tenho medo deles. Aqui o tempo parece passar devagar, porém passou muito rápido. Falta praticamente um mês para terminar e um mês para o meu aniversário. O primeiro que passo longe dos meus pais e o primeiro após aquela super crise dos 30. Será que este ano irei esconder embaixo da cama? Será que vou fugir? 
O fato é que com 30 ou sem os 30, a única coisa que desejo é continuar sendo feliz e livre como sou. Podendo ir e vir quando me der vontade.  

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Maria Rita - Encontros e despedidas

  Esta música  conta um pouco deste sentimento que me entorpece.

Berinjela com sardinha

Aproveitando a onda de receitas de família vou postar a berinjela com sardinha da minha mãe. Tem um sabor incrível, além de ser um prato bem leve.

INGREDIENTES:
800 gramas de berinjela
Molho de Tomate:
2 colheres (sopa ) de azeite
2 dentes de alho amassados
1 cebola pequena picada em brunoise
1 lata de tomate pelado.
2 tomates maduros, sem pele e sem semente, picados em brunoise
2  latas de sardinha
500 gramas de queijo muçarela ralado na parte grossa do ralador

MODO DE PREPARO:

Corte a berinjela ( com casca) longitudinal de cerca de  0,3 cm de espessura. Coloque em um recipiente com água, sal e limão. Deixe descansando, enquanto você prepara o molho.

Molho de tomate:
Aqueça o azeite e doure a cebola. Junte o alho e refogue até ficar levemente dourados. Acrescente o tomate picado e cozinhe em fogo baixo, panela tampada, por cerca de 10 minutos, acrescente a lata de tomate pelado e deixe por mais 5 minutos. Tempere com sal e pimenta do reino à gosto.  Quando desligar o fogo acrescente as sardinhas.

Montagem:
Em um refratário faça uma camada de berinjela, cubra com molho e queijo, outra camada de berinjela, molho e queijo e assim repetitivamente. A ultima camada deverá ser de queijo. Leve ao forno médio ( 180º )  por cerca de 30 hora ou até que o queijo esteja derretido e as berinjelas cozidas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Galinhada com pequi

A minha comida goiana favorita é a galinhada com pequi. E desta tenho muita história para contar. E é por isto que  escolhi uma receita bem goiana para postar no blogger. Porque sei que deste tempero eu entendo e me garanto, independente do que aprenda aqui. Sabe? Galinhada boa é a da minha vó, da minha tia Geralda e da minha mãe. Comida boa pra mim é a que tem gosto de casa,  um pouquinho do aroma de Goiás e ter aquele gostinho de paixão de mãe. 

Galinhada

TEMPERO DO FRANGO
  • 1kg de frango cortado tipo à passarinho
  • 1/2 xícara de vinho branco seco
  • Pimenta à gosto
  • Alho
  • Sal
DEMAIS INGREDIENTES

  • 1 cebola grande
  • 4 dentes de alho
  • óleo
  • Açafrão da Terra (Cúrcuma)
  • 300 gramas de arroz branco comum
  • 350 gramas de pequi laminado
  • 10 frutos de pequi
Modo de Preparo:

O frango será preparado em um cozimento misto. É preciso primeiro refogar e depois cozer o alimento antes de acrescentar os demais ingredientes.  Quando o frango estiver cozido acrescente o açafrão da terra que deverá incorporar cor e sabor no frango. Depois a cebola e o alho. O pequi laminado deverá ser batido com duas pimentas de bode. O creme você acrescentará no frango e em seguida o arroz e os frutos de pequi. Acrescente sal e água. Deixe cozinhar. 

domingo, 30 de setembro de 2012

Outubro

Este é sim o último mês completo que passarei em Campos do Jordão, ao lado das panelas do Grande Hotel.  E foi nesta terra de sonhos, devido a sua beleza singular, que reencontrei várias coisas que haviam se perdido dentro de mim. Foi no mês de outubro do ano passado, na sala da minha terapeuta, que decidi que precisava mudar tudo o que conhecia. Queria um retiro espiritual, onde pudesse ficar em silêncio e assim entender o que tanto procurava.
Não foi fácil fazer 30 anos, quase me escondi debaixo da minha cama, para ver se eu conseguia me congelar nos 29.  Encontrei nas panelas, primeiro no cheesecakes e depois nos brigadeiros, a minha grande terapia. Horas e horas enrolando brigadeiro parecia mais agradável que às minhas 5 horas no jornal. Eu sempre amei ser jornalista, mas naquele momento até o jornalismo me parecia assim meio sem graça.
Eu estava em depressão, porque minha cama era o melhor lugar do planeta e a dor só passou depois do tratamento médico para a enxaqueca. Não queria sair, não queria ver pessoas e nem viver. Eu tinha 30 anos e o mundo parecia o contrário de tudo que havia imaginado. Estive acostumada a fazer planos e fazer com que eles se cumprissem. Podia parecer que tinha o melhor emprego do mundo, os melhores amigos e a melhor família.  Porém, eu não tinha a melhor Ana Carolina do mundo.
Estou agora cozinheira. Não sei bem o que isto significa, porque ainda continuo aqui escrevendo e desejando um pouco desta ânsia de ser jornalista.
Não é fácil estar cozinheiro, mas é bom estar neste mundo que ganhei por me permitir entrar dentro de uma cozinha. Pessoas, histórias, queimaduras, cortes, dramas, roncos, inquietação e uma série de sentimentos que pulsam perto das panelas.
Quando faltam 15 minutos para abrir um buffet o sangue das pessoas fervem no calor de uma cozinha e não custa nada para o chefe brigar, panelas caírem no chão e você pegar com as mãos uma panela quente. Foi nesta hora que percebi que estava curada do meu excesso de sensibilidade e de todo aquele drama que me levou para a psicanalista. Não precisava ter raiva, angustia e nem nada parecido, porque ficou chato, monótono e etc é só ir embora. Nada de esconder embaixo da cama e ficar reclamando.
Falta um mês para esta aventura que me permiti viver terminar. Isto significa que a vida de adulta vai voltar a bater na minha porta. Contas, contas e contas para pagar voltam a ser de total responsabilidade minha.
E o que  farei com tudo que aprendi aqui ? Eu ainda não tenho a resposta. A única coisa que sei é que quando chegar em Goiânia, em novembro, não saberei mais o que fazer. Porque o normal era que quando fosse 17 horas, eu estivesse no jornal, porém isto não existe mais.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RAF

Estou no RAF, hummm! Estou apaixonada pela cozinha. Quando tinha 20 anos disse, em um outro blog que  tive, quando ainda era estudante de jornalismo, que precisava sempre estar apaixonada para poder viver. Apaixonada pelo meu trabalho e local onde estivesse. Nesta época o jornalismo era apenas um amante ardiloso pelo o qual eu me encantava. Depois de 10 anos, posso dizer que chorei muito por causa deste meu amante, mas fui extremamente feliz com ele. 
Vamos esquecer o jornalismo e falar desta minha nova paixão, que espero que se transforme em um amor bem duradouro. Quem sabe eu não una os dois amantes? Trabalhar com crítica na área gastronômica seria uma boa forma de manter juntos os dois amores.

No Raf é possível trabalhar diretamente com o que as pessoas imaginam de uma cozinha. Arroz, feijão, carne, massa e outras tantas coisas que são feitas no restaurante e na casa de cada um que vai até o RAF. No primeiro dia retemperei uma costela e fiz um caldo verde. Queria muito fazer caldo de feijão, porém, não tinha sobrado feijão suficiente do almoço. O movimento do restaurante é intenso, cerca de 300 pessoas almoçam diariamente no local. E tanto movimento deveria criar nas pessoas uma responsabilidade na cozinha. O chef do Raf, Tião, é uma destas pessoas que sabe exatamente o que significa uma boa comida e um bom atendimento. Ele é a paixão de todos os funcionários do Grande Hotel, ainda pretendo contar para vocês a história deste grande cozinheiro. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Destino: RAF

Hoje começa oficialmente o último módulo da turma D-12 de Capacitação para Cozinheiro. Vou começar à noite no RAF, Restaurante de Alunos e Funcionários, e minha fiel companheira Caroline, continua sendo minha dupla e amiga. Paulinha e Eduardo, uma boa notícia para vocês: Acredito que vou aprender a fazer aquela massa que vocês adoraram, guardem o segredo. Amanhã contou como foi a experiência.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

As aulas continuam

Ragu, porpeta, polenta, massa fresca, dois molhos brancos, pão ciabata, focaccia, fundos de carne e frango,  purê de batata, caldo verde e costela de porco com molho agridoce de mostarda. Sim, nós tivemos aula de cozinha quente e com várias receitas italianas o que considero divino. Eu tenho uma paixão louca pela Itália e seus sabores, em especial pelas massas que são magnificas. 
Voltando para Campos do Jordão, em especial para as aulas do Breno, posso dizer que aprendi a fazer um bom ragu e uma boa massa fresca. Quando meu pai ler isto dará saltos de alegria. Já previ o primeiro prato que terei que fazer: Lasanha com massa feita em casa. Prestem bem atenção. Uma escola de cozinha pode ser muito útil para você agradar a família. Meus futuros sobrinhos serão muito mais felizes, rs. Até porque eles não pegaram a época magnifica em que as minhas avos cozinhavam todo final de semana. Hoje, a mãe do meu pai, prefere muito mais sair para um bom restaurante do que ter que cozinhar. Acho que posso ter problemas sérios com os domingos familiares. 
Voltando de novo para Campos do Jordão as coisas aqui estão diferentes do normal. Conheci uns alunos do curso de graduação de gastronomia, amigos de um dos cozinheiros do Hotel. O legal de ter saído com eles foi sentir a energia que existia dentro de mim, quando ainda era universitária.  

domingo, 23 de setembro de 2012

Macarrão o carbonara

Eu prometi que a minha próxima postagem seria a dica de alguma receita. Sendo assim passei o dia fazendo pesquisas sobre alguns pratos que gostaria de preparar e os pedidos dos amigos. Estou passando para o módulo do Raf e da Cozinha Quente, locais onde estão a alma da cozinha. Meu sonho é sair daqui cozinheira, ou ao menos uma boa auxiliar de cozinha. 
Entre as receitas que pesquisei vou postar as mais simples. Aquelas que o resultado final sempre será um sucesso. Alguns me pediram a receita de um macarrão. Pesquisei algumas e decidi postar a receita do Carbonara, esta receita é para 4 pessoas. 

Ingredientes:

300 gramas de uma boa massa de espaguete, eu gosto das italianas.
200 gramas de bacon, corte em cubos
2 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho
1/4 de xícara (chá)  de vinho branco
4 ovos
1/2 xícara (chá) de parmesão ralado na hora pimenta-do-reino moída na hora

Modo de preparo:

Numa panela alta, cheia de água, coloque uma colher (sopa) de sal. Leve ao fogo alto. Numa frigideira grande, coloque o azeite. Quando estiver quente, junte os dentes de alho descascados. ( O alho só irá perfumar o azeite)
Com cuidado, coloque o bacon, na frigideira. Vá mexendo com uma colher e, quando as pontinhas do bacon começarem a dourar; regue com o vinho e deixe borbulhar por 2 minutos e desligue. 
Quando a água para cozinhar o macarrão começar a ferver, verifique o tempo de cozimento na embalagem e coloque o espaguete na panela.
Enquanto isso, numa tigela grande, onde a massa vai ser servida, quebre os ovos e misture com um garfo. Junte o queijo ralado e misture bem. Tempere com pimenta do reino. 
Verifique a massa e, assim que estiver pronta, escorra a água. Transfira para a tigela com os ovos. Misture bem. 
Quando todos os fios do espaguete estiverem cobertos com a mistura de ovos e parmesão, escorra para a tigela o conteúdo da frigideira com o bacon. 
Receita do livro Panelinha

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Doente do coração

Minhas amigas de Campos do Jordão disseram que estou doente do coração. Hoje acordei com muita saudade, mas não acredito que seja uma doença só um pouco de melancolia, um pouco boba. Estou amando a cozinha e seu ritmo, seu tempero e principalmente seus colaboradores. Gente que lida com panela é apaixonado por comida, ingredientes e panela. São pessoas que possuem vários pontos em comum comigo, mas do que isto só mesmo a Morena, nova integrante do meu quarto, entrou esta semana e assim como eu é jornalista. 
Não vou falar muito dela, mas para os amigos de plantão posso dizer que encontrei uma nova Lisbeth, professora de Jornalismo Ambiental, no meu caminho. Sim, estou com saudades da minha orientadora da faculdade e posso dizer que daquela Ana que a professora e amiga conheceu sobrou muito pouco. Não sou mais tão apaixonada pelo André Trigueiro, nem quero ser uma repórter especialista em meio ambiente. 
Porém, ainda adoro cozinhar. Meu macarrão aos quatro queijos continua existindo e tenho um repertório bem maior de pratos, que aquela garota de 22 anos. É já se passaram quase 10 anos que conheci os meus amigos facombianos que mudaram minha vida para sempre. 

Amigos quero começar a postar mais receitas aqui. Alguém está interessado em algum prato específico? O repertório é grande de coisas que podem ser ensinadas. Então, deixem suas sugestões. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

TCC e saudade

Hoje a turma C-12 apresentou os TCCs, última atividade deles aqui no Campus . Foi uma surpresa boa ver o desempenho dos meus colegas de curso que formam um mês antes de nós. Vou sentir muitas saudades dos garotos que estão indo embora.  Entre as apresentações teve projetos de um restaurante Mineiro, de um especializado em Pimentas, outro de comida baiana, um café e um senhor sem noção que deixou que terceiros fizessem o trabalho e não conseguiu apresentar nem mesmo o cardápio que iria servir. 

Foi legal ver o trabalho dos outros e saber o que vem pela frente. Amanhã é dia da formatura e da despedida da turma. Será dia de choradeira e de muitas saudades. É a segunda vez que me despeço de uma turma aqui, nós seremos os próximos a ir embora. Já estou sentindo saudade deste lugar mágico, onde tenho aprendido muita coisa e vivido uma enxurrada de emoções.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

TCC de hoje e o TCC de ontem

Estou aqui lutando com o meu TCC que hoje tem um assunto bem ameno e gostoso. Vou montar o projeto de uma cafeteria. Hoje também encontrei o meu TCC de 2009, quando escrevia sobre assuntos fortes, pulsantes e da minha paixão que era estar dentro do jornalismo diário. Na época, um acidente de avião. Kleber havia sequestrado um avião, em Luziânia, e o tacado sobre o Shopping Flamboyant. Cometeu suicídio e infelizmente levou junto com ele a filha. 
Na época do acidente acompanhava o trabalho da Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente de Aparecida de Goiânia. Kleber estava sendo investigado por uma equipe da delegacia. Ele era acusado de ter estuprado uma garotinha. Nunca saberei se a "Maria" foi a única criança que ele estuprou, mas foi uma das histórias que mais mexeu comigo enquanto fui repórter de polícia.
Durante o período que acompanhei a história, não usei nenhum material capturado durante minhas entrevistas para o TCC.  Para a minha narrativa, tinha mais informações do que qualquer colega da imprensa, mas não podia usar tal conteúdo para o jornal diário porque prometi a vítima e a delegada que tudo seria confidencial. Lendo a minha narrativa final, não sei se fui fraca pôr não construir um texto bacana para o Popular sobre o perfil desta vítima ou sobre os bastidores do trabalho da polícia neste caso.
 Sabia cada passo da investigação, como sabia que eles estavam quase prendendo Kleber antes da tragédia. Porém, olhando para a repórter que fui e sou, jamais escreveria para machucar qualquer ser humano que tenha passado por minha vida. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A cozinha e sua magia

A cozinha é um lugar mágico. Depois que entrei dentro de uma cozinha profissional descobri que paixão é fundamental para que as coisas fiquem boas. Tem dia que a comida fica mais salgada, em outro sem sal, mas quando o cozinheiro esta entregue de verdade a comida fica plena, serena e no ponto certo. 
Estou falando isto porque mesmo num hotel cinco estrelas, a equipe da cozinha tem suas fases e vai ter dia que a comida não estará boa. Ontem, dia de empratados o povo estava inspirado. Provei muita coisa deliciosa feita pelos cozinheiros e alunos do curso de capacitação. São momentos como os de ontem que faz valer todo o sacrifício que tenho feito. 
Estou louca para cozinhar para os amigos e mostrar as técnicas que aprendi. Acredito que para os amigos de sempre será mais fácil cozinhar do que para os amigos cozinheiros. Perto de quem sabe todos os métodos fico tímida, com medo de errar e acabo sendo muito desastrada. Colheres caem no chão, entorno o caldo no fogão e erro o preparo de uma simples gelatina. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Crueldade

Estar longe de casa é por muitas vezes cruel.  Enquanto estou aqui muita coisa tem acontecido com os amigos e família. Um tio morreu nesta madrugada, poucos dias atrás tinha sido uma prima que nem cheguei a conhecer. Foi complicado estar longe  da Mariani, uma amiga que enfrentou um câncer, sei que tem muitos amigos por perto, mas queria muito ter abraçado e dizer que tudo ficaria bem, como esta ficando. 
Aniversário da Laisa, na foto com o pai, que partiu esta madrugada
As preocupações aqui são outras e me sinto fora da vida de pessoas que tanto amo. É tão bom ver o Renato casado e feliz, só que é tão doloroso não estar por perto. As escolhas que fazemos na vida tem muitos pesos. 
Quando decidi recomeçar minha vida de um novo ponto esqueci de muitos lados. Muitas vezes quando queremos muito um sonho, esquecemos de olhar para o caminho. Aqui o mundo é doce, estou morando em um lugar deslumbrante, onde parece ser feito de sonhos. Porém, o sofrimento é mascarado por um pôr do sol bonito, uma trilha sonora nova e um punhado de lindas manhãs. No meu caso o sofrimento é mascarado por algumas boas receitas e por panelas quentes. 
Carregar caixas, lavar o chão de uma cozinha, organizar armários pode até ser entediante, mas não dói. Aprendi a alimentar minha alma com bons sentimentos e por isto nos momentos de perda é difícil não poder estar por perto.