terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Os doces em minha vida

A vida as vezes faz o favor de ser muito doce. Por isto, a responsabilidade de um confeiteiro pode ser enorme. Um brigadeiro, por exemplo, carrega em si muito mais do que chocolate e leite condensando. Para muitos tem o sabor gostoso da infância, das tardes de panela terapia com as amigas e das festinhas de criança. Na minha família são os pudins que fazem o favor de ter toda esta química de ser um doce dos deuses. A cada novo pudim, que meu pai faz, depois de ter aprendido com a minha vó, cada garfada nos faz  compartilhar todas as histórias de festas de família. São natais, aniversários, sextas feiras santas... Todas embaladas pelo sentimento de unidade, em que cada um tem sua importância e que cada nova festa traz em si, um ingrediente de saudade da confraternização passada. 
E nessas versões de doces muitos se entregam a magia do mané pelado, do doce leite, da ambrosia, da goiabada. Eu gosto de um bom doce de limão com recheio de doce de leite, uma preciosidade da cidade de  Goiás. Um doce com identidade e saudades de uma cidade pequena, onde Cora Coralina, a menina feia da ponte, fazia seus poemas e se entregava a cozinha. 
Doces podem trazer também identidade. Portugal, na minha visão ou melhor no meu paladar, sempre terá gosto de travesseiros de Sintra e de pastéis de Belém. Como Paris sempre a terra dos macarrons da Laudurée, ou melhor a cidade do Crème Brûlée. Sabores suaves, doces e muitas vezes cheios de simbologia para um viajante aberto ao mundo da gastronomia e aos deleites da boa comida. 
Hum... Desejo aos meus leitores um 2013 cheio de doces lembranças, doces experiências e dias plenamente açucarados. Ah e que ninguém morra de diabetes. 
Uma criação deste 2012. Uma Panna Cotta de Grappa. 

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