A vida se
transforma rapidamente. A vida muda em um instante, você atende um telefonema e
a vida que você conhecia insiste em começar a ir embora. A questão das
escolhas. Tivemos praticamente um mês e depois outros três, para nos decidirmos
se toparíamos ou não morar no Senac Campos do Jordão, por quatro meses e meio.
Aqui aprenderíamos a aprender a sermos cozinheiros. E sabe Rose, Fernando,
Caroline, Miriã e Rafael. Nós topamos e embarcamos na turma D-12.
Acho que cada um
de vocês, sentados aqui do meu lado, se lembram daquele primeiro dia. Quando um
olhou para o outro, durante a dinâmica de convivência e vimos nossas vidas se
transformarem e depois nossos julgamentos se quebrarem. É! Criamos laços.
Afeto, raiva, medo, insegurança, alegrias. Criamos expectativas, conhecemos e
aprendemos a conviver e a viver em conjunto. Foram meses tolerando e amando um
ao outro. Roncos bizarros, brigas, insatisfações e amizades verdadeiras. Foram
dúzias de abraços e outras tantas lágrimas de despedida, porque neste lugar
sempre existem novos encontros e junto com eles novas despedidas.
Olhando para
cada um de vocês é possível ver um trajeto. A Rose com toda a sua dedicação e
talento agarrou seu sonho com as duas mãos e até no último dia, com sono,
cansada, se dedicou a cozinha. Você,
Rose, fica no Grande Hotel, assim como Miriã que com sua doçura e
comprometimento conseguiu conquistar seu lugar nesta equipe. Mas esta é uma
turma especial, guiada pela união e comprometimento com este sentimento chamado
amizade. A Caroline nossa melhor ouvinte e conselheira entende muito deste
sentimento. E depois de ouvir e palpitar em tantas histórias decidiu que também
poderia fazer parte deste momento. Então, Carol, você ficou para a nossa
formatura. Quem também tem esta mania de
acolher todo mundo é o Rafael. Sua calma e paciência tão características acabam
sendo um ímã para os novos alunos e para quem precise de um anjo da guarda. Já
o nosso Fernando. Posso te chamar de nosso? Tá vendo ele sempre concorda com
tudo e foi ele que me fez repensar as minhas certezas. Sabe Fernando, as
pessoas têm o direito de quererem estar sozinhas, mas você tem o dever de
querer estar conosco, pois todos nós aprendemos a te respeitar e a gostar de
você. E atenção você é um ótimo barman. Não é não? Que caipirinha foi aquela do
meu aniversário que deixou todas as mulheres doidas, RS.
A questão da
despedida. Eu não quero dizer tchau. Um até breve seria mais apropriado para
este momento. Porque como vou fazer agora que não tenho mais o Breno para pedir
socorro, ou a Deise para resolver meus pequenos problemas. Existia vida antes
do Senac... Só que não existiam Brenos, Deises, Caios e tanta gente competente
que nos fizeram repensar nossas escolhas. Gente como o seu Tião, que assim que
entramos na cozinha já tinha uma palavra amiga para nos receber.
Aqui aprendemos
o caminho para sermos os melhores cozinheiros de todos os tempos. Como? Aprendemos que uma cozinha só funciona em
conjunto com pessoas que estão sempre dispostas a nos ensinar e aprender. São nestas trocas que sentimos esta enorme
dor de estarmos presos em uma estação, onde a tônica foram todos estes encontros e despedidas que tivemos aqui mesmo
neste salão. Chegou a hora da nossa despedida e dos nossos novos encontros, por
hora só quero agradecer a contribuição que todos que estão nesta sala tiveram
em nossas vidas.
É a vida se
transforma rapidamente. Você entra em um
curso e tudo que conhecia já não é mais como era antes.
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